sábado, 30 de agosto de 2008

Quando a perda se torna em ganho

Porque quando sou fraco, então é que sou forte. (2 Co 12.10.)

Disse certo médico que um dos maiores desafios de sua profissão decorria do fato de que, em nossa sociedade, as pessoas não são treinadas a enfrentar as perdas com naturalidade.

É como se na escola da vida as principais matérias ensinassem só a ganhar — o que aliás está em perfeita harmonia com a mentalidade capitalista.

Tal é um dos grandes antagonismos do mundo ocidental. Exatamente aqui, berço do capitalismo, é onde mais se desenvolveu a cultura cristã. E o cristianismo, quando vivido em sua pureza, é a mais perfeita escola para ensinar a realidade da vida, realidade essa feita também das perdas naturais, tais como, por exemplo, a colheita frustrada por adversidades climáticas, a doença que chega sem avisar, a perda natural do vigor pelo envelhecimento e, finalmente, a morte, da qual simplesmente não podemos fugir.

É pena que não nos adestremos na difícil arte de saber perder, principalmente como ensinada na Bíblia, o melhor manual de vida.

Assim como quando perdemos um de nossos sentidos um outro se desenvolve, compensando-se aquela perda, assim também se usarmos corretamente as aulas da Palavra de Deus. Se não, estaremos privando-nos das preciosas lições que só pela privação se aprendem.

Se formos bons alunos, poderemos dizer como Paulo: “Então Ele [Deus] me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando sou fraco, então é que sou forte” (2 Co 12.9-10) e “Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Fp 4.11); e, quanto à expectativa da morte, tranqüilamente faremos nossas suas palavras: “Ora, de um e outro lado estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” (Fp 1.23).

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