quarta-feira, 30 de abril de 2008

Fim de mês

Em meio a dias de pressão e um pouco de tristeza,passo por aqui.Acordei bem muito antes do meu horário costumeiro esperando coisas boas. Será que por me sentir bem fiquei nesta expectativa?Sinto-me bem mesmo com a figueira sem florescer, sinto-me bem mesmo quando as pessoas tem um conceito ou um valor que me atribuem,sinto-me bem mesmo não desfrutando de boa parte do que gostaria de ter. Será a paz de Deus? Saber que tudo coopera o bem daqueles que o amam?Limito-me a não responder.
Aguardo boas novas sim. Penso(penso não,é assim mesmo!) que simples notícias já me deixam feliz,com os olhos brilhando. Esta sou eu e nem todo mundo entende.
Há momentos que é preciso não se permitir ouvir, ver e segurar as lágrimas. Há outros que é impossível não deixá-las correr,elas simplesmente rolam e expõe um pouco mais do interior.

Quem sou eu?Poderia dar um monte de definições, citar gosto que gosto e outras que não gosto. Porém ainda não seria suficiente.
Poderia dizer o significado do meu nome e relatar meus diversos apelidos.Também poderia falar sobre meus defeitos.
Sabe,poderia dizer quem sou eu para as pessoas e os valores atribuídos a mim.
Creio que tudo seria em vão. O que percebo é que Deus me ama com um amor que não consigo definir,é muito intenso,muito grande. Com isto,vale a pena viver.

Meu tempo está ficando escasso e deixo o que li agora num devocional. Palavra boa para se começar um dia que não sei como vai seguir. Depois eu relato. É o fim de mais um mês deste ano. Sobrevivi?Não. Vivi. Tentei vivê-lo com Deus dia após dia.


Alegria via tristeza
A mulher quando está para dar à luz, tem tristeza, porque a sua hora é chegada; mas, depois de nascido o menino, já não se lembra da aflição, pelo prazer que tem de ter nascido ao mundo um homem. (Jo 16.21.)

Não estranhe. É uma questão de rota, via de acesso. Não poucas vezes a tristeza antecede e dá à luz a alegria. O preço da alegria cobra-se, quase sempre, em lágrimas. Tanto as suas próprias como as dos outros. Porém uma coisa é certa: a alegria via tristeza não decepciona, não é efêmera, não é superficial. Ela vale mais do que custa.

Não é qualquer tristeza que causa alegria. Foi Paulo quem classificou a tristeza em “tristeza segundo Deus” e “tristeza do mundo”. Talvez poderíamos dizer “tristeza religiosa” e “tristeza secular”. A tristeza segundo Deus, ou tristeza religiosa, tem poder terapêutico porque “produz arrependimento para a salvação que a ninguém traz pesar” (2 Co 7.10). A tristeza do mundo é a tristeza normal, cotidiana, de idas e vindas incertas, freqüentemente tola, imprecisa e de intensidade variável. A tristeza segundo Deus inicia um processo que culmina na expulsão de cousas verdadeiramente espúrias e indesejáveis e conduz o homem ao “caminho eterno”, isto é, ao caminho que de fato leva a bom termo. A tristeza secular apenas machuca, abate e desanima; não diz nada, não constrói nada e acaba por levá-lo à morte.

Há também certos fatos que, na verdade, são motivos de alegria, mas por algum tempo provocam tristeza. A paixão de Jesus encheu os discípulos de lágrimas e confusão, mas era a via certa para inundá-los de uma alegria que ninguém poderia tirar. Há coisas de extraordinário valor que só serão alcançadas via tristeza ou dor. É como o caso da mulher grávida do versículo supracitado. Nem sempre é possível o parto sem dor, o acesso à alegria sem a passagem pela tristeza, o cume sem as encostas.

A tristeza tem ainda a magia de chamar sua atenção para Deus. Não é bem covardia, mas a criação de condições psicológicas que despertarão em você o sentimento religioso, a descoberta de suas limitações, o conhecimento e a certeza do poder e do amor de Deus. Sem ela, você não abriria seus ouvidos e olhos para Ele. A alegria via tristeza é tão certa, que o salmista agradece: “Antes de ser afligido andava errado, mas agora guardo a tua palavra. Foi-me bom eu ter passado pela aflição para que aprendesse os teus decretos” (Sl 119.67, 71).

Retirado de “Devocionais Para Todas as Estações” (Editora Ultimato, 2005).

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